A cristaleira

Sabe essas histórias que são contadas de um jeito simples, espontâneo e tão bonito, que a gente vai parece que entrando nelas e vivendo de verdade as emoções da personagem?

Pois é. Lendo A cristaleira, isto aconteceu comigo. Fui direto virando menina e entrei na casa de Marina. E ali, naquele espaço cheio de objetos antigos e de delicadezas de avó, me senti aconchegada e segura.

E vivi o fascínio diante da cristaleira, do lustre de pingente e da estatueta de menina. Mas, ora, que fui entrar na vida de Marina num momento difícil. Justo quando seus pais pensavam em separação! E fiquei assustada, insegura. Tive muito medo. E fui, assim, feito ela e os cálices gordos guardados na cristaleira que se equilibram em pés tão finos, me equilibrando também.

Entre os silêncios estranhos, os gestos bruscos e as brigas dos pais e as conversas sobre paineiras floridas, os contos de fadas, as tranças e as ternuras da avó.

Entre o frágil e o sólido, o real e a fantasia. Ah, que entrei numa história linda. Como a vida. Densa e tão delicada… (Hebe Coimbra)

compartilhe no facebook | comente

A troca

“Quanto vale um baú cheio de ouro?”

Com esta pergunta tem início uma narrativa surpreendente, na qual uma troca leva à outra, fazendo com que a história pareça não ter fim e o mundo fique “meio de cabeça para baixo”.

E que criança não gosta disso? Que criança resiste ao exercício da velha e boa arte da troca?
Que criança não se encanta por aquela dúvida que surge de repente onde antes parecia reinar uma verdade absoluta?

Pois esse livro, que constrói e destrói valores como uma divertida brincadeira, conquista o leitor
já na primeira frase, ao mesmo tempo em que revela, página após página, que todos os valores são sociais, construídos e relativos.

compartilhe no facebook | comente

ABC: curumim já sabe ler!

ABC

OS ABECEDÁRIOS são estudados e indicados por grandes especialistas em alfabetização em vários países, há séculos.
“Para aqueles que gostam de apresentar novidades digitais para crianças, há o “ABC – Curumim já sabe ler” (Manati), com ilustrações de Mariana Massarani, organizado por Bia Heztel e Silvia Negreiros, destinado a Ipad, mas que também pode ser adquirido em formato impresso. Indicado para crianças a partir dos três anos, como leitura acompanhada, ele apresenta as letras e palavras com elas iniciadas, juntamente com desenhos, em diferentes graus de dificuldade.” Graça Ramos

Vejam a matéria na íntegra clicando aqui.

compartilhe no facebook | comente

Aí tem coisa…

Dalila tinha um problema: como esconder o próprio rabo? Enroladinho ele escapulia; pendurado no braço, como bolsa, escorregava. Mas o que fazia surgir esse problema? A lei maluca de um rei: era proibido usar rabo mais longo do que o da rainha. Ora, mas rabo não se usa, nasce-se com ele! Este é o mote para Graziela Hetzel fazer uma crítica social ao autoritarismo e seus desmandos. Dalila e Camila, duas macacas, mais o mico Janjão descobrem que “tem coisa” atrás da ordem real — a prisão dos bichos acusados pelo tamanho do rabo, a apropriação de todas as frutas da mata pelo casal real e seu plano de fuga (após a venda dos produtos para o dono de um circo). Tal descoberta mobiliza os três personagens a uma ação para libertar os presos e desmantelar os planos, com a ajuda da guarda real. Se o rei e a rainha queriam conhecer o mundo, bem… eles o fizeram mas… dentro de uma jaula de circo, realizando macaquices em troca de comida. O livro recebeu Menção Especial do Prêmio Luiz Jardim da União Brasileira dos Escritores em 1993. Bem-humorado, o texto, coloquial, traz as marcas da oralidade. A narrativa perde parcialmente seu ritmo quando Dalila trama a “revolta da mata”; a adesão da guarda real é quase imediata (supõe apenas a constatação das reais intenções dos governantes pelo chefe dos guardas), criando previsibilidade nos acontecimentos seguintes. O desfecho final, porém, retoma a fluidez e o tom bem-humorado. As ilustrações em branco e preto de Graça Lima são muito criativas e interessantes, valorizando a obra. A ausência de outras cores não compromete o olhar sobre os desenhos, o que desmistifica certos critérios pelos quais o livro infantil tem que ser, necessariamente, muito colorido para agradar às crianças. (S.M.F.B. / Bibliografia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil, v. 10, 1999)

compartilhe no facebook | comente

Bagunça no mar

Se você, querido leitor, ainda não viu uma sereia de verdade,

E, seja qual for a sua idade, tem essa curiosidade,

Mergulhe de uma vez neste livro destrambelhado.

Garanto que você não vai ficar molhado,

E não há perigo de morrer afogado.

Mas tome muito cuidado:

Você pode morrer de rir!

(Tino Freitas)

compartilhe no facebook | comente

Bebê-tubarão

Mamar é mais que um instinto ou hábito: é uma das maiores delícias da vida de um bebê. Porém, a cada minuto, surge uma nova aventura, um novo desafio, um velho hábito a ser abandonado na vida de todo filhote de ser humano. Porque, a cada dia, surge uma nova revolução em seu corpo, que cresce, se transforma e precisa se adaptar. “Nasceu um monte de dentes na boca do Joca! Joca está parecendo um tubarão. E tubarão não mama não! Dente serve para quê? Para morder. Para roer. Para mastigar…” E agora, será que esse bebê-tubarão vai querer parar de mamar?

 ***************

A Garagem, o Bebê-Tubarão e o crescimento

Ah, o crescimento das crianças… tem o físico, o emocional, o intelectual… mas somente os termos que rondam a constatação “meu filho está crescendo” já provoca arrepios nos pais. Não estou julgando, estou confessando.

Existe uma beleza dos livros infantis que é a sutileza. Adoro ir degustando um livro dedicado a ir para as mãos, olhos e ouvidos de uma criança e ver que nem tudo está ali, que tem algo escondido, ou algo para ser sentido num cantinho da alma. Não estou dizendo que os livros devem ser assim para serem bons, mas que estes pequenos presentes também são uma forma de homenagear a infância.

Aconteceu com A Garagem (Ed. Dedo de Prosa), escrito por Bea Pecci e ilustrado por Silvana Rando. E também com Bebê-Tubarão (ed. Manati), da dupla Bia Hetzel e Mariana Massarani. O primeiro conta a história de uma menina que tinha duas irmãs, uma garagem para brincar e uma mãe incansável em promover uma infância cheia de tintas, colas, papéis. Um dia, esta menina foi à escola e não entendeu nem um pouco por que tinha de estar, agora, em companhia de crianças desconhecidas.

Ela não queria deixar as lembranças da garagem. Por dias se recusou a entrar na sala, até que algo novo a surpreendeu e finalmente a escola passou a fazer algum sentido.

A Garagem é uma história curta mas cheia de profundidades. Além da ideia e textos, o projeto gráfico e a disposição das sempre incríveis ilustras da Silvana dão um peso especial para a perspectiva da criança. É livro para ser lido com as pequenas mãozinhas, inteiro, com mediador preparado para vários “bis”.

Bebê-Tubarão também me fez ver minha filha crescer em um virar de páginas. Embora eu já tenha passado da fase exata do contexto do livro, ele simboliza também para os pais esta vida passando diante de nossos olhos. Uma mistura de saudade e aceitação.

A brincadeira desde o título é com os dentes que, sim, são um símbolo forte no crescimento das crianças. Podemos dizer que o tema principal é o desmame, mas, no fundo, ele é apenas um pretexto, pois todas as crianças entre quase 2 e 4 anos estão interessadas nesta mágica da vida em que tudo muda, este jogo de perdas e conquistas. No livro, tudo começa com o menino Joca ainda mamando no peito da mamãe (e aparece peito, sim, viu, pessoal! Pois é linda a amamentação!). Depois, vem a mamadeira, um lugar que abriga mais que o leite, pois a vida é mais que leite… Em seguida, são os dentões do Joca que aparecem. “Joca está parecendo um tubarão”, nos dizem as autoras. E tubarão… ops… não mama. Mas, afinal, para que servem os dentes? E aí seguem outras cenas e situações que mostram as substituições ao longo da infância.

Como é que a gente aprende a perder e a ganhar ao mesmo tempo? Como lidamos com estas constantes “já estou grande” e “ainda sou pequeno”? E isso tudo está disposto em frases curtas, um projeto gráfico acolhedor (com formato arredondado nas pontas, etc) e uma série de ilustrações que revelam o que o texto não diz, cheias de detalhes e surpresas, representações engraçadas e tudo o mais que o traço de Mariana Massarani pode nos oferecer. Sempre digo que livros ilustrados pela Massarani deveriam estar na lista dos itens básicos de sobrevivência dos pequenos leitores: toda a infância tem que passar pelas crianças, adultos, bichos e cenários desenhados por ela e Bebê-Tubarão pode ser um jeito ótimo de começar.

(Esconderijos do tempo, por Cristiane Rogério. Link: http://esconderijos.com.br/a-garagem-o-bebe-tubarao-e-o-crescimento/)

compartilhe no facebook | comente

Berimbau mandou te chamar

Neste álbum ilustrado estão alguns dos versos das cantigas de capoeira. No ritmo da poesia popular e do traço de Mariana Massarani vibram as cores, a energia da luta e o toque mágico dos berimbaus. Mas a ginga, as esquivas e os golpes só se aprendem com os mestres. O rolê, a negativa, o aú, a meia-lua, a armada, a queixada, o martelo e a bênção estão nas rodas de valentes. Vem jogar capoeira! Berimbau mandou te chamar!

compartilhe no facebook | comente

Caixinha de música

Caixinha de música se insere perfeitamente na melhor genealogia da poesia para crianças no Brasil, na linha de obras-primas como Ou isto ou aquilo, de Cecília Meireles, ou dos Poemas infantis, de Vinicius de Moraes. A sutilidade incorpórea das metáforas, a beleza cromática das imagens, o discreto humor e a musicalidade, sempre presente e nunca ostensiva, dão ao livro um poder encantatório que só poderá fazer a delícia dos seus pequenos leitores, e não somente deles, pois não haverá leitor sensível de poesia que não se aventure, nem que seja como por um saudoso mundo perdido, nas delicadas melodias dessa Caixinha de música, tecidas pela sensibilidade auroral de Roseana Murray. (Alexei Bueno)

compartilhe no facebook | comente

Colo de avó

Há quem diga que não tem avó ou que já teve e não tem mais, mas é engano. Todo mundo tem avó. Tem avó que a gente conhece, tem avó que a gente não chega a conhecer. Tem avó de sangue, tem avó por adoção. De um jeito ou de outro, nossas avós estão sempre com a gente: é delas que vem nosso jeito especial ou aquele ditado que ninguém da família esquece. Esse livro é uma homenagem ao tipo mais maravilhoso de avó: aquela que tem o colo mais macio, o abraço mais apertado e, no lugar do coração, tem um ninho, sempre pronto, à espera do netinho.

 

 ***************

Rosenana Murray. Illustrations by Elisabeth Teixeira. Manati. 34p.

ISBN 9788582510087

The book brings the affectionate world with plenty of imagination present in the relationship between grandmothers and their grandchildren. Grandmothers change their homes because their grandchildren are arriving. Grandchildren become pirates and grandchildren again, strolling in tricycles till reaching the tallest cloud. Or cloud the walking-stick turn into a little of everything: magic wand, a gigant arm, a fishing pole or a motor starter. Thus, the author is handcrafting dreams and poetry that put the reader in the warm and soft lap of grandmothers. (MB – Brazilian Selection of IBBY – Selection of Brazilian writers, illustrators and publishers – Bologna Children’s Book Fair 2016) 

compartilhe no facebook | comente

Controle remoto

Para ser pai, mãe e filho!

Esse é o tipo da coisa para a qual não há manual! Há sim, livros de psicólogos famosos, médicos consagrados, pediatras experientes, mas entre a teoria e a prática cotidiana, sempre vai uma distância, às vezes quilométrica.

Nessa história, os pais de primeira viagem, veem-se às voltas com os problemas de criar e cuidar de uma criança, passada a festa dos primeiros momentos. Até que descobrem, que junto com o bebê, tinha vindo o controle remoto. Pronto! Apertar botões é mole, e logo logo tudo funciona às mil maravilhas, uma vez que o uso generalizado e conhecido das funções das teclas não deixa dúvida: PLAY (pode brincar), SLEEP (hora de dormir), MENU (hora de comer), MUTE (silêncio total), REPEAT (faça o que eu digo), etc. E a melhor de todas: SAP, que vêm a ser “serviço de ajuda aos pais”!  Mas um dia o controle deixa de funcionar e o filho deixa de obedecer. Claro, era preciso trocar as pilhas. Mas nem assim, o problema fica inteiramente resolvido, pois era mesmo necessário procurar a assistência técnica. E só quando descobrem que o caso é de “controlerremotite aguda” é que descobrem também um jeito de ser família, de usar o diálogo e demonstrar o afeto.

Sem dúvida estamos diante de uma das obras mais originais dos últimos tempos! Uma maneira leve, simples, divertida e fantástica de criticar o abuso da tecnologia, as babás eletrônicas, o frequente despreparo de homens e mulheres, com os quais nos deparamos por aí, para as responsabilidades (e delícias) dos papéis de pais e mães.

Tino Freitas é músico e contador de histórias. Talvez por isso seu texto flua com tanta musicalidade. O humor é sua marca principal.

Mariana Massarani, ilustradora das mais premiadas, requisitadas e reconhecidas aposta no seu estilo: traços grossos contornando as figuras, como se fossem desenhados à lápis, preenchimentos de cores contrastantes, figuras sempre bem-humoradas, gestos inusitados, expressões inesperadas e fundo branco na página. O livro é charmoso também pela capa dura, pelo formato comprido, pela alternância entre os fundos verdes e o uso dos sinalizadores de “power” e “adiante”, teclas bastante conhecidas de um controle remoto.

O mais emocionante mesmo (ufa! o final de algo tão polêmico é sempre um risco!) é constatar que se pode mesmo abdicar dos aparatos eletrônicos e modernosos, para criar laços de afeto, diálogos e relações de proximidade. Mas o livro aponta isso sem moralismos e da forma mais lúdica possível. É pra ler e reler muitas vezes. (Celso Sisto / http://artistasgauchos.com.br/)

 

compartilhe no facebook | comente

Curupira

As portas do teatro estão abertas. O espetáculo já vai começar, as luzes da plateia se apagam.

No palco, as cortinas abertas deixam o público a sós com a escuridão. Aos poucos, percebe-se uma luz suave que cobre o chão de folhas secas. Música e vento sopram das coxias.

Fecham-se as portas que separam o teatro da tarde ensolarada. Cresce o silêncio. A escuridão e os sons da mata engolem o mundo e fazem brotar um friozinho na barriga dos espectadores. Tudo é novo e enigma no teatro. Um assovio lá longe distrai o pensamento. Outro assovio… De novo e bem mais perto! Risos. Tem um engraçadinho na plateia — é o que o público pensa. Mas agora o assovio vem da coxia, e para lá também caminha o foco da atenção…

Curupira, meu amigo, é assim: um assovio aqui, outro mais adiante e, quando se vê… Não tem mais jeito. Não tem mais volta. É assim o coisinha: meio bicho, meio gente, meio assombração. Se é que pode haver três meios…

Quando se vê, o teatro engoliu a gente e Curupira está mais vivo e esperto do que nunca. O espectador-leitor-ator que se cuide. O engraçadinho está escondido onde ninguém poderia imaginar. Alguém aí ouviu um assovio?.

compartilhe no facebook | comente

Elefantes nunca esquecem!

Um bebê elefante se perde na floresta, fica sozinho e é acolhido por um rebanho de búfalos. O tempo passa, o bebê cresce como membro do rebanho… E agora, quem ele é? Um elefante ou um búfalo?

Com seus versos livres e seu estilo nonsense, a escritora indiana Anushka Ravishankar inverte a lógica dos contos infantis tradicionais que contamos para nossas crianças há séculos. Assim, o desfecho da história surpreende e comove leitores de todas as idades.

Esta é uma das mais lindas e delicadas fábulas contemporâneas sobre temas como perda, adoção e inclusão.

compartilhe no facebook | comente

Estrelas de São João

Lina, a menina desta história, não tem tempo para ir à escola, brincar ou fazer amigos. Desde quando ainda precisava subir num banquinho para lavar louça, mora na casa de uma senhora de voz ácida, que só sabe lhe dar ordens.

Infelizmente, esta não é uma história incomum. Tantas e tantas Linas ainda há mundo afora…

Linas que inventam e de um pano amarelo fazem um sol para o seu quartinho úmido. Que fingem, são fadas, e o cabo da vassoura é varinha de condão. Que viram princesas, sonham, sonham, enquanto realizam tarefas de adulto. Linas que se escondem para esconder o choro e a saudade. Linas que se encantam com os objetos tão delicados, pequeninos, os quais elas, tão pequeninas também, precisam limpar, com a enorme incumbência de não quebrar nenhum. Linas que não esmorecem: quem sabe, no São João do ano que vem, elas ganham estrelinhas?

Só assim, só tecendo esperança, se torna suportável conviver com a mulher sem doçura que as Linas costumam chamar de madrinha… (Hebe Coimbra)

compartilhe no facebook | comente

Fábulas de Dona Maria (em bordado e poesia)

Quem conta um conto aumenta um ponto. E mais um ponto, e mais outro… Assim aconteceu com as fábulas que você vai encontrar neste livro. Originários da Grécia antiga, estes casos foram correndo o mundo, atravessaram séculos e séculos até chegarem aos ouvidos da Dona Maria, uma senhora que adora contar histórias para a garotada e, ao mesmo tempo, ilustrá-las com belas imagens bordadas à mão.

Venha se divertir com a astúcia e as peripécias de onças, cotias, urubus e outros bichos bem brasileiros em mais um livro do poeta Fábio Sombra. São cinco histórias narradas em versos de cordel, cada uma trazendo uma reflexão profunda sobre a natureza humana. Mais do que ensinar, são histórias que nos fazem pensar.

compartilhe no facebook | comente

Foto de Macaco

O macaco mora numa floresta que os turistas adoram visitar e fotografar. Ele faz pose e se comporta bem, mas um dia cansa de ser modelo e resolve virar o jogo: rouba a câmera de um turista e dispara pela mata, clicando tudo e todos que encontra! E agora? Quem quer posar para o macaco? Como serão suas fotos? Como será que ele vê o mundo??? O texto curto, leve e divertido deste livro é uma delícia para quem está começando a ler, e as ilustrações — feitas no estilo tradicional dos pintores patuas, do estado de Bengala Ocidental, na Índia — são uma maravilha para os olhos e para a imaginação de leitores de todas as idades.

compartilhe no facebook | comente

Jardins

Fazer poesia é arrumar palavras para transmitir um sentimento indizível… um sentimento que humaniza os homens. A mais linda poesia desperta esse sentimento como se fosse música ou imagem. Suas palavras são tão precisas e necessárias que desaparecem, como as notas da música ou os traços da imagem, no momento em que surge o indizível.

Criar um jardim é arrumar elementos da natureza para produzir uma emoção plena, indecifrável.

No mais lindo jardim o indizível germina como se a natureza fosse só poesia. As formas, as cores e a vida são tão precisas e necessárias que desaparecem, no momento em que os homens o penetram e vivenciam uma emoção indecifrável, aproximando-se dos outros seres da natureza.

Neste livro repousam a mais linda poesia e os mais lindos jardins, à espera de que o leitor os penetre com a mais singela delicadeza.

compartilhe no facebook | comente

Ludi vai à praia: a odisseia de uma marquesa

Limpar a Baía de Guanabara é uma tarefa para heróis como Hércules ou Ulisses? Aqui, não. Uma menina de 8 anos lidera esta aventura — uma verdadeira odisseia — cheia de peripécias surpreendentes e lances engraçadíssimos. Ludi é, ao mesmo tempo, parecida com qualquer menina da classe média brasileira e completamente original. Parecida, nas cenas em família, na escola e nas brincadeiras. Original, porque rompe os limites entre a realidade e a imaginação, mergulhando (literalmente) no fundo do mar e na fantasia.

Luciana Sandroni estreou em 1989. A crítica identificou nela mais uma digna herdeira de Monteiro Lobato, com sua linguagem viva, humor vibrante e imaginação solta. O sucesso trouxe prêmios e novas aventuras da Ludi, como Ludi na chegada e no bota-fora da Família Real e Ludi e os fantasmas da Biblioteca Nacional. Luciana é um dos principais nomes da literatura para crianças e jovens no Brasil hoje. Mergulhe, leitor, nesta aventura e veja se não é. (Luiz Raul Machado)

compartilhe no facebook | comente

Mati e Rita: a orca e a caiçara

Em setembro de 1993, Bia Hetzel avistou um grupo de orcas na Baía da Ilha Grande. Este foi o primeiro registro de avistagem da espécie no Rio de Janeiro.

Mas os encontros não pararam aí… A autora presenciou muitos outros shows de orcas no litoral brasileiro: dorsais negras rasgando águas cristalinas, saltos surpreendentes em frente às praias mais famosas do país.

No início, as pessoas ao seu lado sequer notavam a presença dos enormes animais. Todos pareciam pensar que as orcas viviam apenas em aquários! Aos poucos, porém, a divulgação das fotos e das informações vem “abrindo os olhos” da população. A cada dia multiplicam-se os relatos de encontros com baleias. Agora a pesquisadora se pergunta: como ensinar as pessoas a conviver em paz com os maiores predadores dos mares?

A resposta, mais uma vez, está na Baía da Ilha Grande: os pescadores caiçaras sempre souberam da presença de orcas em nosso litoral. É que, para eles, as orcas chamam-se “matis”. E quantas histórias os caiçaras têm para nos contar sobre anos de convivência pacífica com estes animais! Por isso, este novo livro de Bia Hetzel não é a história de uma pesquisadora de baleias, e sim a história de Rita, uma menina caiçara que aprendeu a ser amiga das matis.

compartilhe no facebook | comente

Nau Catarineta

Nau Catarineta é o mais célebre, o mais belo, o mais mítico dos romances marítimos do cancioneiro lusitano. Xácara anônima, oriunda da segunda metade do século XVI, é a perfeita prova do nível estético, da síntese lírica, da sabedoria e economia dramáticas a que pode chegar a poesia anônima do povo. Vários livros de grande erudição tentaram sem resultado estabelecer suas fontes factuais ou lendárias, enquanto ela continuava a ser simplesmente recitada ou cantada, em suas infinitas variantes, por todo o território de expressão portuguesa, do Algarve a Trás-os-Montes, nas terras de África ou nos Açores, na Ilha da Madeira ou no Brasil. O certo é que todo um clima trágico-marítimo, que era a realidade portuguesa desde o início da carreira da Índia, contribuiu para a origem do romance. O pavor do naufrágio, da calmaria, da fome no mar; o fantasma do canibalismo, a solidão, a saudade e as tentações no meio do deserto marinho, tudo isso vivia nas mentes e corações do povo heroico que criou a Nau Catarineta.

Uma longa pesquisa, em várias manifestações folclóricas no vasto mundo lusófono, conduziu Roger Mello à excelente versão dramática deste livro. Trabalho semelhante, de reinterpretação de muitas vertentes da nossa arte popular, serviu de inspiração para as suas maravilhosas ilustrações, que fazem deste álbum uma festa para os olhos e para a alma, uma celebração obrigatória para os que se interessam, em qualquer idade, pelas nossas mais fundas e autênticas raízes. (Alexei Bueno)

compartilhe no facebook | comente

O colar de pérolas

Quando eu era pequena, minha mãe me levava à praia quase todos os dias. A gente catava conchas, fazia castelos na areia, cavava túneis para chegar ao outro lado do mundo… Era uma farra. Até quando a gente não fazia nada (e isso era o que a gente mais fazia).

Com o silêncio de minha mãe aprendi a olhar para o horizonte e ouvir o silêncio do oceano. E com as histórias que ela me contava aprendi a navegar pelo silêncio.

Um dia, ela contou como nascem as pérolas. Disse que quando um grão de areia arranha a pele de madrepérola de uma concha, aos poucos vai-se formando uma casquinha de pele em volta desse machucado. A casquinha vai aumentando até engolir o grão, depois vai ficando redonda para que a areia perca a aspereza e não machuque mais ninguém.

Pois acho que foi assim, também, que nasceu a história desse livro. Nasceu de um arranhão dolorido que cicatrizou em pérola para proteger outras vidas.

Para a menina Alice, as pérolas do colar de sua mãe são salgadas como as lágrimas e a água do mar. Seu mundo é delicado, forrado de cortinas de madrepérola. Nele, devemos andar com a leveza de um gato para não provocar arranhões.

Enquanto o leitor mergulha neste livro, a maré de água salgada começa a subir e vai invadindo o seu mundo. Primeiro, ele sente um grão de areia a lhe incomodar e marejar os olhos. Depois, a dor constante desse grãozinho a riscar a pele da alma.

O que machuca Alice é o alcoolismo de sua mãe. O que nos machuca a todos é aprender a conviver com a dependência e as fraquezas humanas. A menina às vezes se fecha em concha. A sociedade às vezes também prefere se fechar à dor.

Mas a autora sabe contar histórias como ninguém, e sabe também como nascem as pérolas. Embalados por suas palavras e por seu silêncio, sentimos a maré baixar e afastar a água de sal e dor. (Bia Hetzel)

compartilhe no facebook | comente

O jogo de amarelinha

Nada aqui é velado. Nem o fel, nem o mel da construção de um relacionamento novo. A amarelinha é o jogo com que Lúcia tenta avançar na sua relação com a enteada, Letícia. É, ao mesmo tempo, o jogo no qual Letícia não quer avançar para não chegar no céu, porque no céu é onde sua mãe está. Com maestria, Graziela cria um paralelo entre o relacionamento das duas e a brincadeira. Jogar amarelinha é difícil. Acertar a pedra e pular, ora em dois, ora em um pé só, sempre dentro de um estreito limite. Requer paciência, firmeza, suavidade de movimentos e, sobretudo, equilíbrio. E, num paralelo maior, Graziela consegue, com mão certeira, ir avançando casa a casa neste seu novo texto, equilibrando, primorosamente, um tema denso e uma linguagem delicada. (Hebe Coimbra)

compartilhe no facebook | comente

O Lobo

Lobo Manati internet

***************

Dentro desta história há um outro livro de histórias. Um livro grosso onde mora um lobo cinzento que ganha vida e voz pelo afeto do pai de Lília. Todas as noites o pai embala a menina com fantasia, versos, amor, cantigas e imagens até que ela se veja envolvida em um silêncio acolhedor, que chega com o peso do mundo para fechar seus olhos sonolentos e depois vira pluma a flutuar nas histórias que continuam em sua imaginação. Mas, uma noite, o pai não vem para casa. Por quê? Para onde ele foi? Quando ele volta? O que os adultos não explicam em palavras as crianças captam no ar.

Neste livro, o leitor deve deixar sua sensibilidade falar para preencher os silêncios da autora e guardar para sempre, para si, o amor essencial que só existe entre pai e filho.

 ***************

Nesta narrativa de atmosfera noturna, a escritora mantém-se fiel à linha das histórias introspectivas que a consagraram. Hetzel demonstra grande sensibilidade para abordar os medos de uma menina que, de repente, se vê sem a presença do pai no dia a dia, sentindo sua ausência particularmente antes de dormir, momento  em que ele lhe contava histórias. Sem saber o que se passa com o pai, a menina se apega ao livro que ele lia e à história interrompida de um lobo, na tentativa de superar os problemas que a afligem. A figura do lobo, recorrente na história da literatura infantil, é explorada em todo seu poder simbólico e com múltiplos sentidos, positivos ou negativos: o lobo como aquele que enxerga em meio à escuridão da noite; o lobo guerreiro, que enfrenta as adversidades e inimigos; o lobo que desperta medo; o lobo feroz, masculino, sedutor. As suaves ilustrações de Elisabeth Teixeira, em estilo clean e tons frios, harmonizam-se perfeitamente com a melancolia do texto verbal e o tom contido da narrativa. (João Ceccantini)

 ***************

Uma história terna, dolorida, numa linguagem extremamente poética. Penso que tocará os sentimentos de ansiedade, medo interior, tristeza – tão comuns no universo emocional das crianças e tão pouco explorado na literatura infantil contemporânea. Bela ilustração – Ótimo projeto gráfico. (Isabel Maria de Carvalho Vieira)

  ***************

Embalada no belíssimo projeto gráfico de Silvia Negreiros e com ilustrações de Elisabeth Teixeira, a narrativa O lobo, de Graziela Hetzel, emociona os leitores. Concebida em dois tempos psicológicos, a história, dentro da história, nos fala do carinho paterno de ler para a filha, na hora de dormir. A protagonista Lílian vive breves momentos de ternura, muito marcantes, e que antecedem o drama familiar. A repentina ausência masculina – o pai que se foi sem despedidas –, a simbologia do lobo, o mistério, a angústia da mãe, a sensação de abandono, pré-figurada na leitura do livro que é interrompida, nos fazem viver uma situação inicial de equilíbrio, seguida de um espaço tempo de perda e a recuperação. Espaços mágicos, oníricos, de suave beleza, de uma literatura escrita por quem já é mestre na arte de narrar.

Vivenciar o amadurecimento do talento literário de Graziela Hetzel é um prazer que se renova a cada livro publicado, que surpreende os leitores. (Isis Valéria Gomes)

 

compartilhe no facebook | comente

O menino e o tempo

Uma pedra, um rio e um menino. A conjunção desses três elementos permitiu à autora construir uma metáfora sobre o tempo e sobre o processo de iniciação do ser humano às grandes questões existenciais — o que houve antes e o que haverá depois de nossa existência individual e coletiva? Como um ninho, a pedra abriga Gustavo, que vê o rio passar. Chiando, “o rio corre para sempre e nunca mais”. O tempo passa. O sol, batendo no ninho de pedra, traz a imagem de um fóssil de samambaia. Fósseis, dinossauros, gigantes. Isto já passara, como o tempo… Como Gustavo passaria. Descoberta a angústia do tempo, Gustavo aprende a brincar com ele. O tempo… dia e noite alternam-se no planeta. Calendários marcam tempos diferentes, nem sempre datando a chegada do ano 2000. Gustavo cresce e o ninho de pedra já não acomoda tão bem o seu corpo. O rio de água, o rio do tempo e o rio da vida de Gustavo correm. Para onde correm a natureza, o homem e o tempo? Em linguagem concisa, agradável, Bia Hetzel traz-nos questões sobre o tempo, mais sob a forma de reflexão do que sob a forma de uma história propriamente dita. Por isto, a leitura deste livro será enriquecida com a mediação de um adulto, a partir de sua própria iniciativa ou das indagações suscitadas pelo leitor. As ilustrações de Graça Lima em páginas inteiras, muito coloridas sobre fundo negro, realçam o livro, criando vivo contraste com as  páginas em branco onde há o texto escrito e pequenos desenhos de traços simples. (S.M.F.B. / Bibliografia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil, v. 10, 1999)

compartilhe no facebook | comente

O menino, o cachorro

O texto singelo e cativante de Simone Bibian, acompanhado das ultracriativas ilustrações de Mariana Massarani, toca em um dos sentimentos mais profundos das crianças: a vontade de ter um animal de estimação. A obra cativa e encanta principalmente os leitores iniciantes, que se divertem com o objeto-livro e com o recurso gráfico utilizado pela autora de “inverter” o olhar a partir da metade do livro. Assim, na página que seria o final da narrativa, começa a mesma história contada do ponto de vista de um filhote de cachorro que tem como grande sonho ter “um menino de estimação”…

***************

Um livro encantador que aborda um problema bastante comum da infância: o desejo de ter um cachorro como amigo e companheiro. Problema, porque significa mais trabalho para os pais, que nem sempre estão dispostos a isso. Simone Bibian inova contrapondo à figura do menino um cachorro que nasceu numa casa aonde não havia crianças e que ansiava por uma a quem pudesse acompanhar nas brincadeiras. Texto enxuto e direto muito bem expresso nas imagens divertidas e limpas de Mariana Massarani e na diagramação original do pequeno volume. (Laura Sandroni)

compartilhe no facebook | comente

Pedro, menino navegador

Desde a capa, o leitor é mergulhado no azul do oceano que separa o continente europeu do latino-americano. Inicialmente, há páginas internas maiores que revelam a distância entre os continentes europeu e latino por causa da imensidão do então inexplorado Oceano Atlântico. No azul da noite do mar encontramos o texto verbal que nos conta da vontade dos meninos portugueses de navegar. Diz o texto: “O mar, cheio de mistérios convida a desafiar seus perigos. /E foi assim que Pedro cresceu: ouvindo falar do mar,/ das conchas, dos encantamentos e das sereias.” Quanto ao aspecto gráfico, acontece algo interessante no livro: o tamanho da página dupla começa a diminuir conforme a história avança e as caravelas de Pedro e a América do Sul se aproximam, porque ele veleja em sua caravela rumo à terras brasileiras. Na página central, a menor delas, o azul do mar e do céu que até então predominara, começa a se mesclar ao amarelo da terra brasilis, terra que já tinha dono, ou seja, os tons ocre invadem a página fazendo ressoar a cor de pele parda dos indígenas. Portanto, abruptamente, Pedro descobre que a terra já tinha dono — foi só dar de cara com seu povo. Neste encontro, Pedro ambiciona riquezas, enquanto os indígenas se contentam com uma possível troca entre culturas diferentes. Pouco antes de aportar na nova terra, Pedro teve um sonho que o sobressaltou: um indígena o recebe com tristeza nos olhos. Anos mais tarde, o mesmo Pedro que ambicionava riquezas faleceu. Dizem que foi de malária. O texto questiona isso e deixa a questão: “Será? Talvez Pedro tenha morrido aprisionado/ na tristeza daquele sonho que nunca o abandonou…” Esta história bela, triste e salgada como as águas de Portugal contam do primeiro contato dos índios brasileiros com o povo branco, uma longa história de sangue vermelho, suor amarelo da terra e a tristeza da cor do mar. Uma história muito bem-vinda na época da comemoração dos 500 anos do país pela originalidade do texto, do projeto gráfico e das ilustrações tão bem realizadas. (A.L.O.B. / Bibliografia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil, v. 11, 2000)

compartilhe no facebook | comente

Pega esse crocodilo!

A fruteira Falguni encontrou um crocodilo no canal e a vila entrou em pânico:

— Pega! Pega esse crocodilo!

Mas quem será que pode com o bicho?

Probin, o policial, com seu bastão?

Doutor Duta, o veterinário, com uma injeção?

Será que o fortão Baianac Sing resolve essa encrenca?

Ou esse crocodilo penetra não há quem vença?

Mas eis que surge a questão: quem disse que o crocodilo deve ser capturado?

 

 ***************

“É um dos meus favoritos. Os versos curtos e ritmados (…) misturam-se perfeitamente com o traço forte e popular de Biswas.” (The Horn Book Magazine, Boston, MA, EUA)

 

 ***************

“Pegue esse crocodilo… antes que ele desapareça! Se eu tivesse que dar uma nota a este livro, ela seria 5 estrelas.” (The Deccan Herald, Karnataka, Índia)

compartilhe no facebook | comente

Rosalina: a pesquisadora de homens

O ano de 1991 foi muito importante para a pesquisa das baleias-jubartes no Brasil. Em Abrolhos, a baleia Rosalina, que já havia sido observada em outros anos, foi avistada pela terceira vez, comprovando que a região era a mais importante área de reprodução e cria da espécie no Atlântico sul ocidental. No Rio de Janeiro, uma baleia que havia encalhado foi salva — primeiro caso conhecido desse tipo de salvamento na América do Sul —, agitando a população.

A partir destes fatos, em 1994, Bia Hetzel resolveu escrever um texto que informasse sobre a presença das jubartes em nossas águas e ao mesmo tempo divertisse os leitores. Assim nasceu um sucesso. Além de ter conquistado dezenas de milhares de leitores, Rosalina recebeu em 2005, na categoria Autor Revelação, o Prêmio Jabuti, da CBL, e a Menção Altamente Recomendável da FNLIJ.

Com seu texto delicioso e lindas ilustrações, Rosalina se tornou um clássico por trazer questões e valores cada vez mais atuais e importantes. Que as novas gerações possam mergulhar nessa história e encontrar a famosa baleia, que continua a visitar os mares brasileiros em pleno século XXI!

compartilhe no facebook | comente

Seu Vento soprador de histórias

Com rimas, música, poesia e um profundo conhecimento da tradição oral e do folclore infantil, a autora recria o imaginário que envolve as brincadeiras de roda, as cantigas e cirandas. Uma deliciosa parlenda. Um jogo literário e lúdico no qual o Vento cirandeiro, alquimista da energia, ora trava línguas, ora arranca suspiros e risadas da criançada. Um sopro de fantasia e festa na vida do leitor. Um antídoto contra as angústias da vida moderna. Uma brisa mansa e serena para unir as mãos de adultos e crianças na ciranda da vida e resgatar o melhor da infância.

compartilhe no facebook | comente

Zan

Que nome mais esquisito, não é? Pois quem conhece o personagem deste livro descobre que ele não poderia ser mais Zan.

Zan é um cara estranho e apaixonante, quase mágico. A cada nova leitura ele se mostra de um jeito diferente, mais bonito, mais misterioso. Já li as palavras e as imagens desta história muitas vezes e até hoje não sei se Zan é criança ou adulto, se tem olhos verdes ou castanhos, se é alto ou baixo, se gosta de pipoca doce ou salgada. Não sei, mas adivinho.

A gente nunca sabe tudo sobre alguém, nem sobre nós mesmos. Quem sabe se é por isso que, às vezes, o que mais nos encanta numa pessoa é o que ela não diz, o que ela nos deixa adivinhar, o que ela nos faz descobrir de estranho e misterioso sobre nós mesmos? Sei lá! Só sei que gosto muito e cada vez mais desse tal de Zan.

 

***************

compartilhe no facebook | comente