MURURU NO AMAZONAS : desse aqui não vou colocar imagem, só a 4a capa para dar um gostinho…

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Mururu é um casquinho, um barco de uma só pessoa que navega com a delicadeza de uma folha solta na imensidão das águas da Amazônia. Mururu é o casquinho de uma menina-moça que se apresenta assim: “Sou como meu nome: Andorinha. Vou de rio em rio e, quando o mundo esquenta, me arremesso de barriga na água. Na escola, me reinventaram e virei Dorinha. Desde então, carrego essa divisão em mim: sou Dorinha por fora e Andorinha por dentro.” Junto então com essa menina-amazona, essa mulher-pássaro, protegido apenas pela coragem do casquinho, o leitor mergulha em uma história que flui com a força e a infinitude do Amazonas. Aventura, transformação, descoberta e liberdade engolem Dorinha e Mururu, e o leitor mal tem tempo de prender o fôleto ante a corredeira. Dorinha deixa a mãe e a casa flutuante em busca do pai, mas quem encontra é Piú, um caboclo, menino-homem com gosto de fruta e cheiro de terra. Dorinha atravessa o encontro das águas de cristal do Rio Negro com o caldo barrento do Solimões e se torna mulher. E o leitor? Ah, o leitor deixa seus olhos e sua alma se inundarem de uma água meio salgada, meio doce, e percebe que um pedaço dele mesmo juntou-se ao grande rio que atravessa a floresta e o tempo.

Sobre a autora:
Flávia Lins e Silva nasceu em 1971, no Rio de Janeiro, onde mora até hoje. Escritora, jornalista, roteirista de cinema e televisão, diretora de filmes e documentários, Flávia tem olhos de céu e alma de pássaro. Adora viajar e já explorou lugares tão distantes e fascinantes como Machu Pichu, a Grécia, e o Amazonas. Aos dezesseis anos inscreveu-se em um programa de intercâmbio e foi morar com outra família nos Estados Unidos. Gostou tanto desse primeiro voo solo que, dois anos depois, colocou uma mochila nas costas e foi estudar linguas na Europa, onde trabalhou como babá de crianças sortudas na Itália, na Alemanha e na Áustria. Com tanto talento, garra e coragem, Flávia voltou para o Brasil e escreveu, escreveu, escreveu. Hoje, tem mais de dez livros publicados e recebeu prêmios por várias de suas obras. Muitas crianças brasileiras conhecem as aventuras da personagem Pilar, e outros tantos pequenos se deliciam com seus livros de histórias. Este livro, MURURU NO AMAZONAS, certamente é um divisor de águas na carreira da autora. Nele, Flávia deixa fluir o melhor de si, e o resultado é tão belo em sua nudez, tão justo em sua descabida medida, que o livro passa a ser uma obra ímpar, que inaugura a maturidade da escritora.

compartilhe no facebook | comente